quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Elegia da Orgia




Em uma tarde, do início de uma certa Primavera, eu “encontrei” por casualidade uma cena: na medida em que o sol se põe, sentando uma sozinha jovem à beira do rio, segurava um chimarrão na mão. Esta jovem que possue dois olhos, como duas esmeraldas, estava encarando as estranhas pessoas com mágoa profunda. Os pedestres enchiam o solitário coração dela, e ela, simultaneamente, também decorava o sonho de um determinado rapaz.

Esta imagem surgia na minha mente enquanto eu escutava a canção Ramilonga pela primeira vez. Aquela cena poderia não ser trágica, contudo, deveria ser sombria; aquela jovem poderia não estar lagrimejando, entretanto, deveria estar no silêncio, em um lugar em que não há outros, com sua pura alma, cantando cordialmente.

Em geral, não é facíl relacionar esta canção com o país chamado o Brasil. Porventura devido aos estereótipos do Brasil, tais como o Carnaval, sol brilhante, belas praias e entre outros. Parece que eles são os sinônimos do Brasil. Sendo um país mudialmente conhecido por abundar de felicidade e por exportar alegria ao exterior, o Brasil, como é que pode ser estado relacionado com tristeza

Todavia, depois de uma festa parar, os convidados sair, e até a temperatura do último beijo já sumiu na boca, talvez seja fácil para nós sentir pessimista. Então, deite o vinho em um copo, feche seus olhos, ligue seu rádio, ouça——

Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais

Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

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